Tancredo de Almeida Neves (São João del-Rei, 4 de março de
1910 — São Paulo, 21 de abril de 1985) foi um advogado, empresário e político
brasileiro. Natural do sul de Minas Gerais, formou-se em direito pela Faculdade
de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais. Ingressou na política em
1935, quando foi eleito vereador em sua cidade natal pelo Partido Progressista,
chegando ao cargo de presidente da Câmara Municipal. Com o advento do Estado
Novo em 1937, foi preso e o seu mandato de vereador foi extinto. Com isso,
retornou à advocacia, atuando como Promotor Público, e também exerceu a
profissão de empresário. Em 1947, foi eleito deputado estadual pelo Partido
Social Democrático (PSD) e foi designado um dos relatores da Constituição
estadual mineira, tornando-se depois líder da oposição.
Em 1950, foi eleito deputado federal pela primeira vez. A
partir de junho de 1953, exerceu os cargos de Ministro da Justiça e Negócios
Interiores até o suicídio do presidente Getúlio Vargas. Em 1954, foi eleito
novamente deputado federal, cargo que ocupou por um ano. Foi diretor do Banco
de Crédito Real de Minas Gerais em 1955 e da Carteira de Redescontos do Banco
do Brasil de 1956 a 1958. De 1958 a 1960, assumiu a Secretaria de Finanças do
Estado de Minas Gerais. Concorreu, sem sucesso, ao governo de Minas em 1960.
Com a instauração do regime parlamentarista, logo após a renúncia do presidente
Jânio Quadros, foi nomeado primeiro-ministro do Brasil, ocupando este cargo de
setembro de 1961 a julho de 1962. Foi um dos principais líderes do Movimento
Democrático Brasileiro (MDB) e reelegeu-se deputado federal em 1966, 1970 e
1974. Após a volta do pluripartidarismo, foi eleito senador em 1978 e fundou o
Partido Popular (PP). Em 1982, ingressou no Partido do Movimento Democrático
Brasileiro (PMDB) e foi eleito governador de Minas.
No período em que governou Minas, houve uma grande agitação
em prol do movimento Diretas Já, numa ação popular que mobilizou o país e
pregava as eleições diretas para presidente. Com a derrota da emenda Dante de
Oliveira, que instituía as eleições diretas para presidente da República em
1984, foi o nome escolhido para representar uma coligação de partidos de
oposição reunidos na Aliança Democrática. Em 1984, aceitou a proposta de se
candidatar à Presidência da República e em 15 de janeiro de 1985 foi eleito
presidente do Brasil pelo voto indireto de um colégio eleitoral por uma larga
diferença. No entanto, adoeceu gravemente em 14 de março do mesmo ano, véspera
da posse. Em 21 de abril, morreu de infecção generalizada. Tancredo é
considerado um dos mais importantes políticos brasileiros do século XX.